Muitas fábricas estão com a mesma dificuldade para conseguir embalagens - caixas de papelão. Uma pesquisa da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) mostrou que comprar papelão tem sido um problema para a maioria dos empresários. E quem encontra paga até 30% a mais. Quando muitas indústrias pararam no início da pandemia, os fabricantes de embalagens também reduziram a produção. Só que, desde junho, o número de pedidos voltou a subir, e o setor de papel e papelão não tem tanto estoque para atender a toda essa demanda. A solução é pedir mais prazo, aumentar o preço, buscar alternativas. As fábricas de papelão normalmente usam dois materiais: por fora, papel virgem, das indústrias de celulose, e, por dentro, no miolo, papel reciclado. Mas na fábrica de Mário Renato Thomaz, ele precisou se adaptar para resolver a escassez de matéria-prima. A saída foi usar somente papel de melhor qualidade, e cobrar 40% a mais dos clientes. As fábricas de papelão não esperavam tamanho aumento: em setembro, 15,4% em relação ao mesmo mês de 2019; e, em outubro, 8%. O volume total de caixas e chapas produzidas no Brasil vem batendo recordes históricos. Em outubro, foram 362 mil toneladas, a maior marca da indústria nacional. “Tem que usar criatividade porque o mercado tem que ser atendido, de uma forma ou de outra. Todos sabem que você não pode interromper esse processo de fornecimento, porque você, quebrando a cadeia, você terá uma dificuldade enorme pela frente”, afirmou Rui Gerson Brandt, presidente do Sindicato das Indústrias de Papel e Celulose do Paraná.
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