Mesmo com a retração da economia, a empresa aposta em investimento para se manter competitiva Depois de 33 anos bem consolidados na fabricação de produtos populares para fins sanitários, uma das empresas associadas ao Sinpacel e genuinamente paranaense está dando um passo a mais para crescer no mercado brasileiro. A Mili, que fez investimentos na casa dos R$ 400 milhões entre 2015 e 2016 para modernizar duas fábricas – a de Curitiba (PR) e a de Três Barras (SC), tem o objetivo de crescer também nas classes A e B. De acordo com Valdemar Lissoni, sócio-fundador e presidente da Mili, a empresa está se preparando para 2020. "Nossa projeção é crescer 50% em relação a 2014. Queremos chegar lá como uma empresa bem mais estruturada, com mercado e faturamento maiores", garante. Somente em 2016, a companhia já lançou duas linhas de guardanapos de alta qualidade e uma linha completa de absorventes femininos na categoria premium. A previsão é encerrar o ano com um crescimento nominal das vendas de 8% em relação a 2015. Vale ressaltar que com o agravamento da crise econômica e política no ano passado, a retração desse mercado atingiu 0,4% e a Mili apontou queda de 6,6% nas receitas de vendas, que somaram US$ 228 milhões de dólares. Ainda assim, a rentabilidade sobre o patrimônio líquido foi de 20%, menor do que os 26% do ano anterior, mas a maior do setor de papel e celulose. Para não perder mercado, nem reduzir o quadro de 1.700 empregados, a empresa cortou a margem de lucro. "Não se consegue, num período de mercado restrito, vender mais e ganhar a mesma coisa, na mesma taxa. Devemos ter perdido de 15% a 20% em 2015 em relação a 2014, no tamanho do resultado", revela Lissoni. Para Vanderlei Micheletto, vice-presidente e diretor comercial da Mili, para se manter competitiva e bem capitalizada mesmo em um momento difícil vivido pela economia brasileira, a empresa mantém um esforço constante. "Nosso foco é no potencial de capital e liquidez para fazer compras mais adequadas, reduzir custos, fazer engenharia operacional e incrementar a área de vendas, porque a empresa é esse conjunto", destaca Micheletto. Outra aposta da Mili é o desenvolvimento do mercado nordestino a partir da unidade em Maceió (AL), onde a empresa produz papel higiênico de folha simples. A expectativa é de que as vendas na região cresçam 50% neste ano com foco em produtos populares. CRESCIMENTO Na linha de produtos de papel tissue, segmento que a Mili já está consolidada, a empresa ainda enxerga potencial de crescimento, já que o brasileiro consome cerca de 6,5 quilos anuais de papel higiênico, guardanapos e toalha de cozinha. No papel higiênico, que representa 75% do faturamento da Mili, a expectativa também é grande. Em poucos anos, a opção de folha dupla, por exemplo, saiu de 10% para cerca de 30% do mercado nacional. LANÇAMENTOS Com os lançamentos das duas novas linhas de guardanapos de alta qualidade e as linhas de absorventes femininos, o planejamento para expansão também olha com mais vigor para o Mercosul, que responde por apenas 2% das vendas. "No Paraguai estamos muito ativos e ganhando participação. No Uruguai também temos negócios e estamos em estudos e negociação na Bolívia", revela. Além desses produtos, a empresa também vai apostar nos consumidores que preferem comprar fraldas em grande quantidade. Por isso, a Mili está lançando uma extensão da sua linha infantil tradicional, as fraldas Giga. Serão três tipos disponíveis no mercado, todas em embalagens do tipo sacola, com uma alça resistente desenvolvida especialmente para o produto e que dispensa a sacolinha de supermercado. "Nosso foco é atender quem já compra nosso produto, confia na marca e tem condições de adquirir e armazenar quantidades maiores", explica Gediel Carlotto, gerente nacional de Varejo da Mili.