Altamente dependente de recursos naturais, o setor de papel e celulose há muito tempo pratica a responsabilidade socioambiental e zela pela preservação destes recursos, cada vez mais escassos na natureza. O desenvolvimento de florestas plantadas em mosaicos florestais, a promoção da biodiversidade, a utilização da biomassa para geração de energia, pesquisas constantes para busca de matérias primas renováveis, recicláveis e amigáveis ao meio ambiente, certificações importantes como o FSC - Forest Stewardship Council, e a ISO 14000, são algumas das práticas já consolidadas no setor. Da mesma forma, o ciclo de vida do papel também já possui uma cadeia reversa solidificada, sendo a reciclagem uma prática comum e bastante difundida no setor. O Plano Setorial de Logística Reversa do Sinpacel é uma iniciativa pioneira no Brasil e no Paraná e vai buscar soluções inovadoras, capazes de transformar o ambiente onde as empresas atuam, servindo como uma importante ferramenta para o setor, avaliando os impactos desse processo reverso no meio ambiente e na vida das pessoas, buscando criar um pensamento crítico e avançar ainda mais em boas práticas. Segundo a coordenadora do Plano Setorial, Angela Finck, quando surgiu a lei da Logística Reversa, o Sinpacel, por meio de seu comitê de sustentabilidade, começou a discutir a legislação com as empresas associadas e filiadas, o que acabou na adesão a um programa que já existia e que previa a criação de centrais de valorização do material reciclado. Vinte e oito empresas do setor aderiram ao projeto e contribuíram para a criação dessas centrais em diversos pontos do estado, o que culminou na organização setorial. “Depois de três anos com essas discussões, com esse amadurecimento do que a lei exigia, criamos o nosso próprio Plano Setorial de Logística Reversa, que engloba todas as indústrias de papel, celulose, embalagens e artefatos no Estado do Paraná”, explica Angela. O Plano Setorial tem por objetivo fortalecer essa cadeia reversa e para isso algumas iniciativas serão realizadas, como o fomento, organização e profissionalização de cooperativas de catadores de materiais reciclados, valorizando a atividade do catador de material reciclado como importantes agentes ambientais, oferecendo melhores condições de trabalho, renda e de qualidade de vida, bem como capacitações com foco na correta separação das aparas (de acordo com normas vigentes), para que a qualidade e a disponibilidade melhorem. Ainda, serão desenvolvidos outros quatro projetos com foco em educação ambiental aos consumidores finais, por meio da parceria com escolas, condomínios residenciais, farmácias, igrejas e com os próprios agentes ambientais – catadores. A coordenadora enfatiza que a ideia é que para o futuro esse sistema reverso seja autossustentável, capaz de gerar lucro, contribuindo para o desenvolvimento econômico. Angela fala que existem possibilidades de outros elos da cadeia patrocinarem, como fabricantes e fornecedores. “Apesar das próprias empresas estarem financiando o projeto hoje, todos tem uma vantagem em aderir. A principal delas é a vantagem econômica, pois é muito mais econômico participar de um plano coletivo, com uma divisão de responsabilidades e de custos, do que apresentar uma proposta individual. Outras vantagens também podem ser observadas, como o marketing positivo, a vantagem ambiental – que é a mais clara delas – e a vantagem em desenvolvimento social”, diz Angela. Diversas empresas já aderiram ao Plano Setorial de Logística Reversa. Agora o Sinpacel irá contatar as que ainda não aderiram, pois será um instrumento muito importante para as empresas estarem de acordo com a lei. Para isso o sindicato vai oferecer todo o suporte, para que estas compreendam muito além da sua obrigação legal, mas de que se pode aliar a proteção ao meio ambiente a resultados econômicos, sociais, ecológicos e de economia de recursos naturais através da destinação adequada de resíduos. O compromisso do setor beneficiará a ele próprio e à sociedade como um todo. Podem participar do Plano Setorial todas as indústrias que são do setor e demais partes interessadas em contribuir com o plano e o único pré-requisito é que sejam associadas ao Sinpacel. Confira esta e outras matérias na Revista Sinpacel 10. Clique AQUI e baixe esta edição. Aproveite, é grátis!