SINPACEL – SINDICATO DAS INDÚSTRIAS DE PAPEL, CELULOSE E PASTA DE MADEIRA PARA PAPEL, PAPELÃO E DE ARTEFATOS DE PAPEL E PAPELÃO DO ESTADO DO PARANÁ Momentos como o que estamos vivendo, de intensa insatisfação, podem nos cegar e exigem que as decisões e alianças sejam avaliadas com muito mais cuidado e razão. A insatisfação é generalizada, mas as soluções precisam ser específicas. Precisamos de pautas claras e muito bem definidas. Isso é imprescindível para não ter o movimento grevista sequestrado por pessoas, grupos políticos ou ideologias que tem como propostas de solução para a crise justamente as medidas que nos colocaram na situação que estamos hoje. Tributos oneram o setor produtivo e toda sociedade. A necessidade de tributos tem origem no Estado inchado e gastador. Precisamos exigir reduções no tamanho do Estado, eficiência na forma como o dinheiro público é utilizado. Precisamos exigir que o Estado corte privilégios do setor público e enxugue seu orçamento para assim possibilitar reduzir impostos e incentivar o setor produtivo sem destruir a economia ou aumentar a dívida pública. A greve dos caminhoneiros teve sua razão de ser pela sua proposta inicial, onde uma categoria expressou suas necessidades, suas dificuldades e procurou junto ao governo central, respostas para os seus pleitos. Infelizmente o processo negocial, foi lento, difícil, complexo que levou a se estender além do esperado. O término da greve não significa o término dos problemas para as indústrias ligadas ao setor de papel, celulose, artefatos e embalagens, pelo contrário, é o início de um período de extrema dificuldade, visto que, as empresas foram parando por falta de matéria prima e insumos e com isso quebraram a cadeia produtiva. O setor que está ligado, pela sua linha de produtos, ao consumo, ou seja, com produtos como papel para impressão, para embalagens para guarda e transporte de produtos ou artefatos usados para fins sanitários, como é o papel higiênico, e sacos para a indústria cimenteira , o setor não terá condições de voltar ao abastecimento no prazo inferior a 10 dias contados a partir da paralisação definitiva do movimento. Isso significa que as indústrias estarão pagando um preço alto por esse período de retomada de suas atividades e que não terão como financiar, pois houve uma interrupção também no seu faturamento, com problemas inclusive de caixa, de alavancagem de recursos para a retomada das atividades e liquidez dos faturamentos anteriores à greve. O prejuízo se for considerado os dez dias, de retomada, é no mínimo 30% do faturamento das indústrias, mas o prejuízo não mensurável vai ser do rompimento da cadeia produtiva, que se inicia no plantio e colheita da árvore plantada para ser transformada em energia e matéria prima, ou seja, a interrupção de um processo dos vários ciclos que constituem essa cadeia. A retomada não se faz de uma hora para outra, será lenta, gradativa, até voltar aos patamares anteriores à greve. Do total das 470 empresas que representamos no Paraná, distribuídas por 203 municípios, as principais, na sua grande maioria, quase na sua totalidade, estão paralisadas por falta de insumos e matéria prima que não foram providas pela questão de transporte. A retomada também vai depender do posicionamento do governo, seja estadual ou federal, em relação de como será compensado o prejuízo nesse período. Nossa expectativa é que o governo de maneira geral prorrogue o prazo de recolhimento dos impostos, dos encargos sociais, afim de que as indústrias do setor tenham condições de voltar às suas atividades e que possam cumprir seus compromissos com seus fornecedores, clientes e principalmente com seus colaboradores que tiveram seus empregos colocados em risco. Rui Gerson Brandt Presidente do Sinpacel