Você já pensou no que acontece com o seu produto, uma vez que ele foi consumido e descartado? Passando ou não por importadores, distribuidores ou comerciantes, em algum momento ele chegará ao seu consumidor final, seja ele pessoa física ou jurídica. E em algum momento, o produto deixará de ter valor, chegará ao fim de sua vida útil e então se transformará em um resíduo. Apesar da gestão de resíduos sólidos urbanos serem um problema antigo no Brasil, nunca se discutiu tanto como no atual momento. Instituída em 2010, a Política Nacional de Resíduos Sólidos – PNRS é um marco na forma de se gerenciar os resíduos sólidos urbanos – RSU no Brasil. Historicamente reconhecido como lixo, e, portanto, tendo como destino o lixão, ou, na melhor hipótese, o aterro, a gestão deste tipo de resíduo no país ainda é rudimentar. Assunto menosprezado pelo poder público por diversos séculos, a PNRS (Lei 12.305/2010 e Decreto 7.404/2010) estabelece as linhas mestras para reduzir os resíduos gerados e para a correta destinação, através da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos entre as indústrias, importadores, distribuidores, comerciantes, consumidores e serviços de limpeza urbana. Quando descartados inadequadamente, os resíduos impactam a toda a população, com os alagamentos, a poluição da água e do ar, os impactos à saúde pública, como doenças respiratórias, proliferação de insetos vetores de doenças. Além disso, possui expressiva quantidade de matéria orgânica cuja decomposição produz metano, um gás do efeito estufa. Portanto, o modo como é feito o processo de descarte, coleta, tratamento e disposição final dos resíduos afeta a vida de toda sociedade, e a preocupação com essa questão é de todos. Esta é a forma como agimos atualmente: fabricamos, consumimos, jogamos no lixo, enterramos este lixo. E com o crescimento da população e consequente aumento do consumo, evidencia-se a necessidade de imediata mudança na forma de concepção dos produtos, e da gestão do resíduo após o seu consumo. Precisamos superar a lógica linear de utilização de recursos naturais para processamento e descarte, para uma lógica circular, onde os materiais são passíveis de reciclagem ou reutilização, e onde a Logística Reversa possui alta relevância. Este entendimento abre grandes perspectivas para o uso de novos materiais, processos produtivos e, consequentemente, novos e mais sustentáveis negócios. A procura por uma solução de longo prazo passa necessariamente por investimentos em educação ambiental, pesquisa, desenvolvimento e inovação. Neste sentido, parcerias público-privadas entre a indústria, governos, instituições de ensino e outras partes interessadas, possuem importância estratégica e fortalecem a capacidade de gestão ambientalmente adequada dos RSU. O desafio da gestão de resíduos sólidos no Brasil pertence a todos nós, e é uma pauta para o futuro sob o ponto de vista técnico, econômico e político. Para alguns, um problema; para outros, oportunidade. Conheça o Plano de Logística Reversa do Setor de Papel e Celulose, Embalagens e Artefatos de Papel e Papelão no Paraná, e veja de que forma a sua empresa pode liderar esta mudança. Imagem: Angela Finck em visita à cooperativa de catadores de material reciclável. Foto: Arion Ferreira.