Segunda edição do Panorama Setorial já está sendo produzida; previsão é de que o documento seja lançado até a metade de dezembro Além de ser um dos principais segmentos da economia brasileira, o setor de papel e celulose também coloca o Brasil como destaque na economia mundial, já que o país é o quarto maior produtor de celulose e o nono maior produtor de papel. No mercado interno, um dos principais Estados é o Paraná, que responde por 20,8% da produção nacional de papel e 9,8% da produção nacional de celulose. Mas mesmo diante de números tão expressivos, como identificar os investimentos que o setor precisa? Para atender à demanda de informações básicas do segmento de papel e celulose, o Sinpacel desenvolveu, em 2014, em parceria com a Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), o Panorama Setorial de Celulose, Papel, Embalagens e Artefatos, que trouxe dados sobre as diversas indústrias que compõem o setor para pensar em ações específicas voltadas para o seu desenvolvimento. Com o sucesso do estudo, que foi pioneiro no Paraná, as duas entidades já estão preparando a segunda edição do Panorama, com uma grande novidade: a inclusão de uma abordagem qualitativa. "Como queríamos melhorar as informações, resolvemos, além de dados quantitativos, buscar a visão do empresário sobre o setor", conta Angela Finck, executiva do Sinpacel e coordenadora do projeto. Outra grande mudança do novo Panorama Setorial é que o número de empresas participantes aumentou. Além disso, foi contratada uma empresa especializada em pesquisa - a Diferencial Pesquisa de Mercado - para comandar a etapa de levantamento de dados. Na parte qualitativa, uma equipe formada por colaboradores do Sinpacel e economistas da Fiep selecionou 11 empresas do universo de papel e celulose, de diferentes segmentos e portes, para fazer a entrevista presencial. "Com essas mudanças, teremos dados quantitativos, mas também a visão de alguém à frente do negócio, que sente o mercado. Poderemos cruzar essas informações com os dados oficiais e também aqueles dados obtidos na etapa quantitativa. Nosso objetivo é enriquecer o panorama e torná-lo mais real, com uma análise mais profunda sobre o setor para agregar valor às informações", declara Angela. Para Viviane Gariba de Souza, analista técnica da gerência de Economia, Desenvolvimento e Fomento da Fiep, a etapa qualitativa é importante para trazer informações como expectativa do mercado e de investimento, mudanças no comportamento do consumidor final, mudanças no mercado por variáveis econômicas e sociais que podem interferir em cada um dos setores, entre outros pontos. A nova edição do Panorama deverá estar pronta até o fim de novembro, para que o lançamento oficial seja feito até a metade de dezembro. "O que percebemos nessas entrevistas é que mesmo diante de um mercado não tão favorável, os empresários não deixaram de realizar investimentos. Outro ponto que chama a atenção é a receptividade das empresas. Todos tiveram grande disponibilidade para fornecer informações e tudo isso contribui para que o resultado final do trabalho seja, de fato, satisfatório e traga dados consistentes e importantes para mostrar a realidade do setor", avalia Gariba. Uma das empresas participantes da etapa qualitativa foi a Fábrica de Papel e Papelão Nossa Senhora da Penha. De acordo com Mitsuo Nakandakari, gerente administrativo da unidade do Paraná, a entrevista foi como um bate-papo sobre o setor e o seu desempenho, e vai mostrar a visão da empresa com relação ao futuro e aos investimentos. "Esse levantamento é muito importante, porque traz a visão da indústria de modo geral e de seus segmentos. Os dados servem para balizar o planejamento estratégico da empresa e ajudar nas tomadas de decisões. Quanto maior a adesão das empresas, mais reais são os dados. Consequentemente, as decisões são mais acertadas. Isso é importante, porque pode ajudar a alavancar os negócios", define. CURRÍCULO DO SETOR Para Rui Gerson Brandt, presidente do Sinpacel, o Panorama Setorial serve como um "currículo", porque é uma forma de o setor se apresentar aos mercados paranaense e brasileiro. Portanto, segundo ele, "quanto mais rico for esse currículo, maior a oportunidade de ocupar espaço e de conseguir aquilo que se pretende". Brandt afirma, ainda, que o documento poderá também atrair outros segmentos. "Se mostrarmos que somos um setor organizado, inovador, forte, que investe e que cumpre seu papel na sustentabilidade, quem olha para o setor vai olhar com outros olhos, inclusive para ajudar", avalia. Com relação à expectativa para o lançamento da segunda edição, o presidente do Sinpacel espera que o documento seja um sucesso, já que o primeiro Panorama teve uma ótima aceitação. Ele conta que foi esse sucesso que impulsionou o desenvolvimento do segundo estudo. "Temos que ter esse conhecimento para saber o que queremos daqui para frente. Se o setor não se conhece, como vai batalhar por melhorias? As empresas se conhecem, mas o setor, de modo geral, não. Então, o panorama vem para preencher essa lacuna", completa.